quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desejando aconchego

Nesse momento de minha vida sinto desejo de voltar pro útero de minha mãe, ficar na posição fetal, apertado e sem saber o que ocorre ao meu redor. Assim, a sensação que se tem é de proteção, segurança e aconchego. Ultimamente procuro um colo para poder deitar a cabeça e descansar a mente colocando os pensamentos em ordem buscando, talvez, um momento de paz e tranquilidade e sentir que não estou sozinha no mundo.  Começo a sentir que o chão está sumindo de meus pés, que estou começando a atingir o fundo de um poço, sem forças suficientes para colocar os pés no chão e dar o impulso para subir... E o pior, quando você não encontra forças para vencer os obstáculos, se entrega fácil, se torna instável emocionalmente e se sente andando só. Assim me sinto.
 Os fardos estão pesados e, se não bastasse, fico procurando cabelo em ovo para justificar qualquer pensamento sem nexo...

Ser feito de carne e osso (e coração) é complicado! Nenhuma dessas coisas são resistentes às porradas da vida. Eu percebo que estou completamente só e perdida, a garganta apertada, o peito sufocando e não tem para onde correr. O que fazer, então... Sentar no chão e chorar até a última lágrima... Gritar, esmurrando parede, até esfolar os dedos, quebrar as mãos, ficando rouca e sem forças...Procurar um psicólogo e ficar dependente dele para encontrar as respostas para as perguntas que eu mesma faço ...

É assim que estou me sentindo e, isso, não é de hoje. Mas, estou começando a sentir um peso, insuportável, nos ombros e um aperto no peito. Tento acompanhar o ritmo frenético da vida e fingir está tudo bem, mas não consigo.

Se eu falo o que sinto, explodo, afinal, sou uma represa, segurando todas as barras, calada, de pé, em cima do salto, mantendo o prumo, como se isso fosse ser um exemplo de virtude a ser seguido! Quando explodo, ofendo, afinal, represar só pode dar nisso, uma enxurrada de coisas presas na garganta saindo do coração, com força e fúria. Se ofendo, magoo os que não merecem e a mim mesma porque, na verdade, eu precisava só que me ouvissem e não queria, de fato, magoar! Então, evitando todas as consequências das explosões mal feitas, eu me calo e começa tudo de novo, um círculo vicioso que está minando o meu castelo, as minhas bases, fazendo com que eu sinta que aquele tijolinho de sustentação está prestes a ruir e que a fortaleza vai desmoronar!
Postado ao som de The Cure - Bloodflowers

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